Dia das mulheres: temos motivos para comemorar?
O mês de março começou e a gente tem muito o que falar sobre o Dia das mulheres e esse mês tão importante para todas nós. Será que temos o que comemorar?
— Sabia que a pandemia afetou mais as mulheres, no mercado de trabalho principalmente?
A ausência de redes de apoio na pandemia pode comprometer o futuro profissional das norte-americanas. A dificuldade de gerir o volume de trabalho no home office e as atividades domésticas fizeram com que 30% das mulheres cogitassem deixar o emprego, de acordo com levantamento conduzido pela Kearney. A consultoria global de gestão estratégica mapeou a opinião de mais de mil mulheres, que relatam a sobrecarga de atividades e a dificuldade de lidar com a situação. Uma carga emocional difícil de lidar.
A dificuldade de gerir o volume de trabalho no home office e as atividades domésticas fizeram com que 30% das mulheres norte-americanas cogitassem deixar o emprego, de acordo com levantamento conduzido pela Kearney. Não acredito que esse fenômeno seja apenas dos Estados Unidos.
Brasil: mercado de trabalho, feminicídio: o que comemorar neste dia das mulheres?
A dificuldade em encontrar equilíbrio emocional não é um fenômeno que atinge somente as mulheres dos Estados Unidos. As mulheres brasileiras têm enfrentado enormes desafios, que foram agravados com a pandemia.
Se readequar à realidade atual, colocar limites no trabalho e falar sobre divisão de tarefas dentro de casa é algo partilhado pelo gênero feminino no mundo inteiro.
Em outro extremo, a ascensão do feminicídio em diversos países – um fruto persistente das sociedades patriarcais – tem preocupado aqueles que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária.
No Brasil, um estudo realizado pelo professor Jefferson Nascimento – doutor em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP) – aponta que o nosso país possui a quinta maior taxa de feminicídio do mundo.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o número de assassinatos no país é de 4,8 para cada 100 mil mulheres. As mulheres brasileiras têm enfrentado enormes desafios que foram agravados com a pandemia.
Impossível fechar os olhos para não enxergar que no Dia Internacional da Mulher temos que transformar a comemoração em marco para a luta; em espaço para continuar exigindo nossos direitos como mulheres e seres humanos.
Um mês de inspiração para celebrar o dia das mulheres
E, parte dessa batalha passa por incluir no cotidiano ações que possam fortalecer os nossos direitos. Na Primavera Editorial, março será um mês de luta – e essa caminhada é muito mais fácil quando estamos juntas.
Para fazer jus ao “mês da mulher”, vamos agitar tudo na editora com promoções de livros, ações e parcerias incríveis. Mesmo distante fisicamente, as iniciativas têm o objetivo de nos unir no plano do conhecimento e da reflexão…
Começamos lançando uma ação que selecionará quatro mulheres para um ensaio de fotos no Copan – prédio que é um dos símbolos de São Paulo –, pelo olhar da fotógrafa Melissa Haidar, com o mote na ancestralidade e no se contemplar.
Uma outra campanha que está mexendo com a gente é a Natureza Íntima, por elas. Ao longo do mês de março, soltaremos vídeos das leitoras, nas nossas redes sociais, lendo trechos do livro de Maria Barretto.
Lançamos, também, o livro Sortudas?, uma obra divertida e corajosa ao mesmo tempo! No final do mês, teremos o encontro de mulheres extraordinárias no Ramalhete de Leitura, cuja obra será Projeto Lakewood. E, para finalizar, teremos um concurso cultural para mulheres que escrevem. Para saber mais sobre a nossa programação, acesse www.primaveraeditorial.com.
Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial.