Home office e a fadiga do Zoom: trabalho em tempos de pandemia
Quando interagimos com as pessoas pela tela, esse ato exige muito mais trabalho do nosso cérebro. Pensando que o home office será uma tendência pós-pandemia, como lidar com essa fadiga do Zoom?
Já ouviu falar da fadiga do Zoom? Esse conceito está atrelado aos tempos de pandemia, no qual as inúmeras videochamadas tomam os nossos dias e drenam a nossa energia. Classificada como “doença psicológica”, esse cansaço é causado pelo uso excessivo da tecnologia.
De acordo com especialistas, quando interagimos com as pessoas pela tela, o cérebro é forçado a trabalhar muito mais. Entre outros fatores, essa interação – diferente da conversa presencial –, impossibilita a vivência de estímulos como o barulho da sala e outras informações que auxiliam o cérebro a entender a situação como um todo. Na prática, são informações extras que, de alguma forma, diminuem o esforço.
Por trás do Zoom: menos empatia, mais mentira e menos atenção
Esse trabalho em excesso do cérebro pode nos colocar em desvantagem, de acordo com especialistas. Um estudo com candidatos a vaga de emprego mostrou que os profissionais que fizeram a entrevista por vídeo se saíram pior do que os que fizeram o bate-papo presencial.
Com médicos, por exemplo, o levantamento apontou que os participantes de um seminário em videoconferência tendiam a se concentrar mais no apresentador; entre os que participaram presencialmente, a maior concentração foi nos argumentos/conteúdos expostos.
Achei interessante uma conclusão, em especial – o distanciamento reduz a nossa capacidade de ter empatia pelo próximo. No caso de juízes, em casos de refugiados pleiteando asilo no país, os magistrados se mostraram menos compreensivos em videochamadas. E, os candidatos, mais propensos a mentir.
A fadiga do Zoom afeta nossa confiança
Será que podemos trocar algumas reuniões por e-mails? Sabia que, por exemplo, o fato de enxergarmos a nossa imagem nas videochamadas nos torna menos confiantes? Ou seja, a insegurança traz um certo grau de estresse. Mas, em tempos de pandemia, como devemos lidar? Não sei o que os especialistas recomendariam, mas acredito que possamos diminuir – ou distribuir ao longo da semana – o número de reuniões on-line; ou trocarmos outras tantas reuniões por chamadas de áudio ou conversas no WhatsApp… O fato é que o home office tende a ser incorporado mesmo pós-pandemia, em um tempo no qual viveremos o trabalho híbrido: parte presencial, parte remoto. Então, teremos que lidar com essa nova complexidade.
Bom senso é, na minha opinião, a melhor arma!
Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial.