Solidários e céticos: a visão dos jovens da América Latina sobre os governos
Um estudo realizado pelo Grupo de Diários América, Pesquisa Intergeracional sobre a Atualidade Latino-Americana, mostra que os jovens da América Latina são céticos sobre os governos, têm uma visão de mundo mediada pelo alto nível de consciência social e escassas habilidades para se relacionar pessoalmente.
O que dizem os jovens da América Latina
A pesquisa analisou 4.447 sondagens digitais em 11 países. Participaram jovens da América Latina, das gerações Z (menos de 23 anos), Y (entre 24 e 36 anos), X (entre 37 e 51 anos) e baby boomers (acima de 52 anos).
Pessimistas com os governos de seus países, eles dizem que os motivos são as limitações da liberdade de imprensa, violações dos direitos humanos, negligência com o meio ambiente e problemas de comunicação.
A boa notícia é que 85% dos entrevistados com até 23 anos considera que as pessoas do mesmo sexo podem se casar com todos os direitos. Como viveram um mundo mais flexível e questionador, respeitam e valorizam a diversidade; por terem mais acesso à informação e educação, tendem a ser mais independentes e rejeitarem a corrupção.
O desencantamento desses jovens da América Latina com a política e o governo tem raiz nessa percepção.
Dentre eles, os brasileiros são ainda mais descontentes: mais de 60% dos jovens das gerações Z e Y estão insatisfeitos com o atual governo. A média de percepção sobre a corrupção está em torno de 80% – mesmo nível de El Salvador, Colômbia e Venezuela.
Entre os temas que mais incomodam, destaque para educação, saúde e direitos humanos.
Pessimismo perigoso entre os jovens
Pessoalmente, acho que o pessimismo e o ceticismo são muito perigosos – sobretudo entre os jovens. São sentimentos que tiram a esperança e a força para lutar pela transformação.
Concordo com o professor e escritor Mário Sérgio Cortella: “ser otimista dá trabalho”. Sim. Ser otimista implica em inconformismo que demanda repudiar a apatia e agir. Será que é possível ensinar o otimismo para esses jovens? Precisamos deles para transformar o futuro.
Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial