Mulheres na Segunda Guerra Mundial – e no front de suas vidas
É notável que – ainda – a posição das mulheres no mercado de trabalho é permeada por preconceitos e diferenças explícitas quando comparadas com os mesmos cargos de pessoas do sexo masculino. Acontece que, em época sombrias e de privações, a mulher já foi convocada a assumir postos considerados “masculinos” e até lutar em um front. Sim, tivemos muitas mulheres na Segunda Guerra.
Mulheres na Segunda Guerra Mundial: o aumento da presença feminina nas indústrias
Foi exatamente isso o que aconteceu com as mulheres na Segunda Guerra Mundial… Nunca as mulheres participaram tanto ativamente em uma guerra como aconteceu em 1939 até 1945. Inicialmente, elas começaram a substituir os homens nas fábricas, indústrias enquanto ainda continuavam com seu “papel” de cuidar da família (não muito diferente do que vemos hoje, ein?).
Durante o período da Segunda Guerra, ela [a mulher] experimenta uma maior participação na esfera pública, quando um grande contingente de homens foi deslocado para a frente de combate. Embora não convocadas para o alistamento militar obrigatório, as mulheres contribuíram para os esforços de guerra candidatando-se para as vagas de emprego abertas, por exemplo, nas indústrias bélicas (ALMEIDA; DE JESUS, 2016, p. 12)
Com as inúmeras perdas nos primeiros dois anos de guerra, as mulheres começaram a tomar funções militares, como enfermeiras, espiãs e outras muitas carregando armas em trincheiras.
O primeiro país que aderiu a essa convocação foi a Inglaterra. Inicialmente, eles pediram mulheres voluntárias, mas como não foi suficiente, começaram a convocar diversas mulheres para cobrir as perdas.
Os Estados Unidos logo aderiram à ideia também, mas ambos países, em uma tentativa de manter os padrões convencionais de feminilidade, estabeleceram que a mulher não poderia atirar – só fazer todo o resto que precisa ser feito em uma guerra, inclusive sobreviver.
Por outro lado, a União Soviética incorporou a mulher em seu âmago de forma muito mais expressiva que qualquer outro país. As mulheres da União Soviética, inclusive, acreditavam ser um dever participar da guerra para defender sua pátria e família e se candidatavam voluntariamente. No entanto, como mostra no livro A guerra não tem rosto de mulher, mesmo acreditando nos ideias que fosse. ainda era muito difícil para essas mulheres, quando estavam ali, na linha frente, atirarem e matar um inimigo. Mas eu pergunto: e para um homem isso é fácil? Em tempos difíceis como o que passamos atualmente, é necessário entender que o ódio é antinatural – para homem ou para mulher.
Após o término da guerra, no entanto, nenhum avanço na questão de gênero foi observado como demonstra a historiadora Françoise Thébaud.
Tudo voltou a ser como era antes: os homens trabalhando e as mulheres cuidando da casa e de sua família. Isso demonstra que a mulher, mesmo nessa época sombria, não foi considerada essencial (com algumas exceções de mulheres que se destacaram e ficaram reconhecidas), mas como uma simples substituição temporária.
A passos lentos, vamos destruindo essa ideia de substituição e nos tornando protagonistas de nossa própria história.
Algumas pessoas consideram a presença das mulheres na Segunda Guerra Mundial como o fim do sexo frágil. Eu já acho que nunca existiu sexo frágil, o que existe é a oportunidade das mulheres estarem no front – no front de suas vidas e de suas escolhas!
Sugestão de livros para saber mais sobre mulheres inspiradoras da História:
A guerra não tem rosto de mulher. Companhia das letras, 2016.
Wonder Women. Primavera Editorial, 2017.
Larissa Caldin, Publisher da Primavera Editorial.
- Créditos Imagem: Museums Victoria