Mulheres no mercado de trabalho: o desafio de ser igual
A ideia do #alemdolivro é trazer discussões, frases, pensamentos e curiosidades sobre os livros publicados pela Primavera Editorial; assuntos relevantes ao universo feminino. Neste artigo, Larrisa Caldim, nossa publisher, fez uma análise das mulheres no mercado de trabalho baseada no nosso livro, Escute o que ela diz; um desses livros essenciais para homens e mulheres repensarem as relações de trabalho em prol de um ambiente mais saudável e mais feliz.
ESCUTE O QUE ELA DIZ: um panorama das mulheres no mercado de trabalho
As mulheres passam sua vida profissional inteira adaptando-se a um ambiente criado para os homens e pelos homens: desde alterar a maneira como falam e escrevem até mudar as roupas que vestem. Ainda assim a diferença de gênero persiste. E, uma vez que você vê isso – mulheres no mercado de trabalho sendo negligenciadas, interrompidas, suas ideias creditadas aos homens – é impossível ignorar.
Podemos – e devemos – mudar esse cenário. Mergulhando no vasto leque de iniciativas governamentais, experiências corporativas e pesquisas em ciências sociais, Joanne Lipman oferece fascinantes revelações sobre o modo como homens e mulheres trabalham. Repleta de exemplos fascinantes e divertidos – desde a mulher por trás do sucesso da Tupperware até a forma como o Google reinventou seu processo de contratação.
Escute o que ela diz foi uma escolha de título diferenciada, porém necessária. Precisamos, sim, falar do mundo corporativo que aos poucos evolui, torna-se um local mais adequado às mulheres, no entanto, ainda carrega uma carga machista estrutural implícita. Joanne mostra como os vieses inconscientes (e aqui ela deixa claro que eles existem em TODO ser humano), impedem uma comunicação fluída e mais produtiva nos ambientes corporativos
Na edição deste livro, notei como muitas vezes nós, mulheres, acabamos nos diminuindo. Uma informação interessante contida no livro é que as mulheres apagam e reescrevem e-mails com uma maior frequência que os homens, o que mostra a insegurança que ainda nos acomete. E percebi o quanto eu mesma fazia isso. É necessário utilizarmos a força e capacidade de trabalho de homens e mulheres, conseguirmos conectá-los e tirarmos disso o maior proveito para a organização e para o desenvolvimento pessoal de cada um! Escute o que ela diz é um grito de guerra para homens e mulheres finalmente darem passos reais rumo à redução da diferença de gênero.
MELHORES CITAÇÕES
“Se só falarmos entre nós, mulheres, só poderemos resolver 50% do problema.”
“Estamos à beira de uma nova maneira de pensar, que em vez de dividir homens e mulheres, nos une ― no trabalho e além.”
“Quando mais homens se mobilizam para acabar com a desigualdade de gênero, podemos trabalhar lado a lado – vislumbrando o futuro juntos.”
“Seja você homem ou mulher, há uma coisa importante que você poderá extrair deste livro: não decida nada pela mulher.”
“Já é tempo de tornar visíveis as mulheres invisíveis. Juntos, podemos conseguir.”
“10% dos caras apoiam ativamente a igualdade de gêneros; 10% deles são neandertais tapados. Temos que considerar os oitenta por cento no meio, que de modo geral são a favor de um ambiente igualitário em que o talento é recompensado. Como chegar a eles para fazê-los entender que o status quo é preconceituoso?”
“Sim, as mulheres ainda estão vivendo em um mundo masculino. Mas a cada dia mais homens estão cobrindo a defasagem entre os gêneros. Estamos realmente trabalhando lado a lado, olhando juntos para o futuro.”
“Fico feliz por ter criado minhas filhas mais como meus filhos; mas isto nunca funcionará se não criarmos nossos filhos mais como minhas filhas”.
“Quando homens e mulheres tentam, juntos, resolver a divisão entre os gêneros, nós realmente temos uma chance de superar essa lacuna.”
Bate-papo sobre mulheres no mercado de trabalho com @asdesqualificadas.
– Escute o que ela diz trata muito de viés inconsciente. Vocês já sofreram alguma situação que a leitura desta obra poderia ter feito a diferença?
Desde que entramos na faculdade sofremos com o viés inconsciente. Somos pessoas atípicas e que sempre gostamos de coisas que teriam sido julgadas como “coisas de Homem”. A própria mídia podcast é um meio muito masculino, onde buscamos cada vez mais dar voz às mulheres. No momento que botamos os pés pra fora do útero, já somos bombardeadas com expectativas de como a menininha será uma grande dona de casa/mãe/esposa. O que se passa no mercado de trabalho é ainda mais opressor.
– E vocês já se viram caindo na armadilha desse viés inconsciente? Ou seja, já perceberam estarem se boicotando por conta de um machismo estrutural?
Claro! Quem nunca? O tempo todo para sermos mais exata. Assim como os homens, nós temos o tempo todo que racionalizar nossos posicionamentos, afinal somos filhas da nossa geração misógina. Seria muita pretensão nossa falar que não reproduzimos o modelo vigente…sendo que somos filhas de nosso tempo. Como disse no livro: assumir é o primeiro passo da desconstrução. Fazemos muito isso no ar, gravando os episódios de nosso podcast. Ouça o podcast sobre o livro.
Mulheres no mercado de trabalho: como transformar as relações
A autora cita diversas estratégias que podemos utilizar para ajudar a combater a desigualdade de gênero no ambiente corporativo, entre elas, destacamos três para você ficar com mais vontade ainda de ler o livro.
- Interrompa os interruptores
Até as mulheres das Supremas Cortes de Justiça são interrompidas com uma frequência três vezes maior que os juízes do sexo masculino. Por mais poderosas que sejam, essas mulheres “são iguais às outras mulheres”, escreveram pesquisadores da Universidade do Noroeste, “e são interrompidas por seus colegas homens”. Solução: instituir uma regra de “não interrupção” para todos, como faz Glen Mazzara, o produtor da série The Walking Dead. Alternativamente, quando uma mulher for interrompida em uma conversa, interrompa o interruptor: “Olívia estava falando. Deixe que ela conclua o pensamento dela”.
- Não decida por ela
Quando surge uma oportunidade, ouço frequentemente executivos graduados dizerem coisas como “Mia seria ideal para a função, mas está com um bebê em casa e não gostaria de viajar”… ou que ela tem filhos pequenos e não gostaria de se mudar… ou que ela não gostaria de fazer horas extras. Solução: não presuma. Pergunte a ela. Mesmo que ela recuse a oferta, renove-a na próxima oportunidade e na oportunidade seguinte a esta. Meus próprios patrões fizeram isso quando meus filhos eram pequenos. O resultado foi que, quando eu estava preparada para novamente acelerar minha carreira, eles estavam lá, oferecendo-me oportunidades.
- “Contrate mulheres com a idade da sua mãe”
Este é o atraente título de um artigo publicado na seção op-ed do New York Times. Sua autora, Sally Koslow, ex-editora-chefe da revista McCall’s, captura perfeitamente a situação das mulheres mais velhas. Muitas delas abandonaram seus empregos ou passaram a trabalhar meio-expediente em empregos sem futuro quando seus filhos ainda eram pequenos. Mas quando estes abandonam o ninho, as mulheres se veem com a mesma ambição de sempre, e ansiosas para retomar suas carreiras. Solução: contrate-as! Ou, melhor ainda, estruture o trabalho para que nós não deixemos de contar com elas. Para as mulheres que deram um passo para trás quando seus filhos ainda eram pequenos, ofereça projetos que não exijam contato pessoal, mas permitam que elas continuem a contribuir e crescer – redigindo sumários jurídicos ou elaborando modelos financeiros.
Vale também a leitura do Think with Google sobre o tema.
E aí, se interessou, né? Você escolhe onde consumir o conteúdo.
Compre seu livro físico ou digital aqui.
Ouça o audiolivro na Storytel.