
O absurdo da negação: não olhe para o céu (se não quiser!)
Sempre nos finais de ano, costumo tirar uns dias para colocar as leituras em dia – que são muitas ao longo do ano, mas que têm um outro sabor no final de ciclos – e para assistir a filmes que julgo serem importantes para fomentar uma reflexão qualificada. Esse “consumo” cultural tem um significado especial quando nos deparamos com obras que têm o poder de nos inquietar; e tirar da zona de conforto (se é que ela existe!). Esse é o caso do filme Não Olhe para Cima, do diretor Adam McKay, disponível na Netflix. Negar os fatos não nos livra deles. Em todos os aspectos é importante conhecer, analisar e agir.
Sobre a negação: um paralelo entre ficção e realidade
O roteiro traz a jornada de uma doutoranda em Astronomia que descobre um cometa que irá colidir com a Terra em seis meses. Ao tentar alertar governos e população global, ela e um grupo de cientistas enfrentam o negacionismo.
O filme – que conta com um elenco de peso formado por Meryl Streep, Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Rob Morgan e Timothée Chalamet – traz o desconforto de uma ficção que não parece ficção. Ou seja, o incômodo de termos visto, em especial no Brasil e Estados Unidos, comportamentos de negação igualmente absurdos, é chocante.
Diversas cenas – que poderiam despertar um riso frouxo –, deixam um gosto amargo na boca. Ao mostrar o absurdo da negação, da manipulação política de fatos e do descaso com a vida, o filme revela o quanto vivenciamos tudo isso, de maneira bastante intensa, nos últimos anos. E, negar os fatos não nos livra deles. Em todos os aspectos é importante conhecer, analisar e agir.
Olhe para a cima!
É claro que não olhar para cima é uma opção. Mas acredito que quando uma opção coloca em risco vidas, ela passa a ser uma alternativa perigosa. Essa é uma importante reflexão que devemos fazer!
Que 2022 seja o ano de olharmos para todos os lados em busca da verdade e que possamos, como seres humanos, parar de usar a negação como defesa, e tomar as melhores decisões baseadas em fatos e dados; acima de tudo, devemos acreditar na ciência e na capacidade de sermos seres solidários, honestos e responsáveis.
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