O crescimento da plataforma OnlyFans na pandemia
A OnlyFans foi criada em 2016 na Inglaterra com a proposta de ser um espaço no qual artistas e influenciadores digitais pudessem comercializar conteúdo exclusivo (fotos, vídeos, textos e outras criações).
Associada à pornografia, a plataforma viu o número de usuários e produtores de conteúdo adulto crescer na pandemia. Longe de moralismo vazio de significado, o problema – segundo especialistas – reside no fato desse intercâmbio sexual pactuado, promovido pelo app, ampliar as desigualdades de gênero, sobretudo entre mulheres vulneráveis social e economicamente.
Não é apenas para pornografia, mas…
Na prática, uma rede social no qual os usuários podem cobrar pelo acesso aos posts. Como não possui restrições, o carro-chefe passou a ser entretenimento adulto.
De acordo com o TecMundo, embora haja diversidade maior de temáticas (aulas de música, entre outros), o nome do aplicativo, Onlyfans – que também conta com uma versão web – ainda está muito associado à venda de conteúdos pornográficos caseiros.
Na monetização, destaque para o formato de assinatura mensal, no qual o fã paga uma quantia fixa por mês; há, também, o formato avulso.
Vale ressaltar que é possível ter acesso à modalidade grátis, no qual o usuário só terá acesso ao que é disponibilizado gratuitamente pelos criadores do OnlyFans.
Isolamento social aumenta alcance do OnlyFans no mundo
Na pandemia, a plataforma passou a ser muito utilizada para a monetização de criações; hoje, são mais de 85 milhões de usuários e 1 milhão de criadores de conteúdo cadastrados.
Em plena crise sanitária, o site se tornou uma alternativa econômica para muitas mulheres, de acordo com matéria do jornal El País.
A reportagem traz a história de garotas que anunciam que, mediante o pagamento da mensalidade – algo em torno de 26 e 31 reais –, enviam fotos sensuais.
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Na Venezuela, por exemplo, a advogada Georgia Rothe, da ONG Asuntos del Sur, aponta que sites desse formato se tornaram o único trabalho que muitas meninas podem conseguir. E, diante desse cenário, elas mesmas se perguntam se essa atividade seria prostituição. Esse intercâmbio sexual pactuado e em troca de dinheiro se caracteriza, de acordo com análise de Livia Motterle – acadêmica do Centro de Estudos de Gênero da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) –, como trabalho sexual.
Segundo os entrevistados pelo El País, a grande questão reside no fato de que a pandemia não trouxe nada de novo, mas amplificou as desigualdades de gênero que já existiam. É fácil de comprovar essa tese quando vemos que 90% das mulheres que entram no trabalho sexual o fazem por motivo econômico. Ou seja, a vulnerabilidade socioeconômica é que atira essas garotas para a rede.
O outro lado dessa história é que o tabu em torno do OnlyFans tem diminuído à medida que celebridades aderem à plataforma. A atriz norte-americana Bella Thorne entrou na plataforma e faturou US$ 1 milhão em um único dia! Anitta criou uma conta verificada e divulgou detalhes do seu novo trabalho e fotos sensuais. Para saber o futuro da plataforma e da tendência de produzir conteúdos pornográficos caseiros para a venda…vamos ter que aguardar!