Paris é sempre uma boa ideia!
Sempre penso que Paris foi construída em apenas uma semana. Não seria possível criar uma arquitetura e planejamento tão perfeitos se a construção fosse um processo de séculos. Claro que essa imagem de perfeição é um sentimento singular. A Cidade das Luzes não é apenas a que povoa o imaginário de turistas de diferentes nacionalidades. A cidade é repleta de segredos e tesouros escondidos; uma joia que se revela de forma diferente para cada pessoa. Cada um de nós – conhecendo-a ou não – tem uma Paris dentro de si.
Quer saber qual é a minha petit Paris? A minha Paris tem fila do pão antes do almoço e do jantar – um costume antiguíssimo que perdura até hoje. Parisienses de todas as idades vão à boulangerie pela manhã para comprar baguette e croissant crocantes entre 11h30 e 11h45; à noite, entre 17h45 e 18 horas. E o que dizer da sirene intermitente que foi banida para não causar danos psicológicos aos mais velhos? Os avisos sonoros, que provocavam uma lembrança dolorosa de ataques aéreos nos tempos da guerra, não têm mais espaço na minha belle cité.
A minha Paris traz a memória de um sistema de correio pneumático, ou seja, tubulações – chamadas de Tubulações Lamson – pelos quais cápsulas cilíndricas eram propulsionadas por ar comprimido ou vácuo. Nesses tubos eram transportados pequenos objetos. Esse sistema foi muito importante no final do século XIX para empresas que faziam o transporte de pacotes pequenos em distâncias curtas. Movida pela curiosidade, pesquisei e descobri que tinham um elevado índice de complexidade e foram substituídas, em 1984, por outros métodos de comunicação e transporte.
Com esse sentimento de uma Paris particular, comecei a ler Paris é sempre uma boa ideia, livro de Nicolas Barreau. A primeira lembrança que tive é que a frase que dá título à obra foi proferida por Audrey Hepburn, no filme Sabrina. Com uma delicada narrativa fui sendo apresentada, a cada página, à Paris azul de Rosalie Laurent – protagonista do livro. Antes que me desse conta, já imaginava a edição em Língua Portuguesa! Quis transformar a Paris de Rosalie em minha Paris; um encontro de duas visões. Na versão da Primavera Editorial, cada lugar da charmosa cidade apresentada pela dona da papelaria Luna Luna ganha uma foto para que o leitor possa mergulhar na atmosfera parisiense.
E, com entusiasmo, convido as leitoras da Primavera a conhecer esse universo criado pelo jovem escritor Barreau, que trabalhou na livraria Rive Gauche até se aventurar na literatura. Lanço um outro convite: conte-nos qual é a sua Paris. Au revoir!!!
– Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial