Protagonismo feminino: Elza, a primeira mulher comandante da GCM
Seria bom todo dia ter uma notícia sobre protagonismo feminino todos os dias! No início do mês de abril, a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo anunciou a nomeação de Elza de Souza como a primeira mulher comandante do órgão – que foi criado em 1986.
Aos 52 anos, mãe solteira, filha de pequenos lavradores e ex-empregada doméstica, essa mulher venceu as adversidades para se graduar em Fisioterapia e se especializar em medicina oriental e filosofia. Conhecimentos usados por ela para refletir sobre a relação com o outro e o espaço; para pensar no lugar ocupado pelas mulheres na sociedade brasileira.
Antes de assumir o cargo, esteve à frente do programa Guardiã Maria da Penha – em parceria com o Ministério Público – no qual combateu a violência doméstica no município.
O desafio de Elza
O desafio pela frente é grande. Além das deficiências estruturais, deve lidar com uma série de intempéries para dar mais proteção à mulher. Como comandante, quer aproximar a CGM da Polícia Militar para potencializar o combate à violência contra as mulheres. O plano, aliás, é muito bem-vindo.
A importância do protagonismo feminino na luta contra a violência
De acordo com pesquisa do Datafolha – realizada em abril de 2019, em 130 municípios do país – de 2017 a 2019, o percentual de mulheres que afirmam ter sido agredidas por pessoas conhecidas (companheiros, ex-companheiros, vizinhos e familiares) aumentou de 61% para 76%.
Em um cenário mais amplo, embora as mulheres sejam 51,6% da população, apenas 15% de nós estão no Congresso; o Brasil é o 85º entre 145 países no ranking da igualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial.
Lugar de mulher é… onde ela quiser!
A despeito do enorme trabalho que tem pela frente, a nomeação da comandante Elza de Souza é uma excelente notícia para a cidade e a sociedade. Além de termos uma profissional bem preparada e com o genuíno propósito de atuar para resolver um problema social muito relevante, temos a relevância de um protagonismo feminino. E precisamos de exemplos de mulheres inspiradoras assim.
Certamente, pode ser exemplo para muitas outras mulheres inspiradoras a investir na carreira — ou em qualquer carreira! A comandante prova que lugar de mulher é onde ela quiser, e que todas podemos ser protagonistas das nossas histórias.
Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial