Mulheres invisíveis e os vieses inconscientes
No livro Escute o que ela diz – Viés inconsciente: o que os homens precisam saber (e as mulheres têm a dizer) sobre trabalhar juntos, a autora Joanne Lipman traz um capítulo muito interessante sobre mulheres invisíveis. Nele, ela defende que devemos focar nossos esforços em auxiliar mulheres que desejam reingressar no mercado de trabalho e revitalizar as carreiras pausadas pela maternidade. A escritora alerta que não se trata apenas de jovens mães recém-saídas da licença-maternidade, mas de profissionais mais maduras e experientes que foram ignoradas durante anos, mas que têm uma multiplicidade incrível de talentos.
Um ponto extremamente relevante é que reintegrar essas mulheres não significa apenas ajudá-las, mas ajudar toda a sociedade. O raciocínio é bem simples: contar com mais mulheres no mercado de trabalho é o melhor modo de acelerar as economias, trazendo um olhar ímpar de diversidade e de fomento a múltiplos talentos. Joanne cita, inclusive, um estudo da McKinsey que aponta que, ao ampliar a participação feminina no mercado de trabalho, ou seja, se as mulheres participarem tanto quanto os homens do ambiente laboral, isso adicionará 28 trilhões de dólares à economia mundial.
Entretanto, muitos ambientes corporativos ainda resistem a contratar mulheres. E, acredito, essa decisão vem de um viés inconsciente bastante retrógrado: a ideia de que as mulheres vão engravidar e trazer prejuízos às empresas. Combater essas noções ultrapassadas é uma tarefa que todos os gestores de recursos humanos e talentos devem abraçar. Um ambiente corporativo mais colaborativo é formado por representantes de toda a sociedade. Diversidade é – e sempre foi – um diferencial competitivo e um fator decisivo para o bom desempenho financeiro das companhias.