Mulheres, candidatas e eleitoras, podem transformar a forma de votar no Brasil
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, o número de mulheres registradas pelos partidos para as eleições de 2018 ficou próximo do exigido por lei: 30,7% dos pedidos de registro para a disputa ao cargo de deputado estadual e 31,59% para deputado federal. Quando a análise recai para o cargo de presidente, temos 15% de mulheres; 12% de governador; e 18% de candidatas ao Senado, que registra recorde de 64 mulheres, concorrendo a 54 cadeiras. Em contrapartida, a despeito dessa baixa participação de candidatas, temos 51,09% de eleitoras na população brasileira – o que significa que as mulheres vão decidir a eleição.
Um outro dado relevante. Pela força da lei, os partidos vão destinar menos de 30% de verba do fundo eleitoral para as campanhas de suas candidatas. Uma novidade. Em 67 anos de história da televisão brasileira, esse será o primeiro ano em que uma jornalista negra mediará um debate. A escolhida é Joyce Ribeiro, contratada pela TV Cultura, que lidera a bancada do Jornal da Cultura.
Começo essa conversa com tantos dados e informações, porque acredito ser importante analisarmos o momento que vivemos de forma mais concreta. Mas, não sei se isso é possível usar a lógica cartesiana para entender o contexto atual. Embora tenhamos opções femininas para votar, uma pesquisa do Datafolha aponta que 34% das mulheres estão dispostas a anular ou deixar o voto em branco. Será que essa decisão está ligada à falta de representatividade? O fato de termos mais mulheres candidatas não significa, automaticamente, que haja um sentimento de sermos representadas na política nacional. Claro que essa é uma hipótese.
O que temos de concreto é que as mulheres têm um papel importantíssimo nessas eleições. Não apenas pela superioridade numérica – somos 77 milhões de eleitoras –, mas porque temos a oportunidade de contribuir para o início de uma nova história no país. Defendo que devemos nos informar sobre as plataformas dos candidatos, homens e mulheres, para avaliarmos quem traz as propostas mais alinhadas ao que julgamos ser determinante para melhorar a situação socioeconômica do país. Gostaria de sugerir a leitura de uma matéria publicada pelo Vila Mulher, do UOL. Nela, além de um resumo do que cada candidato pretende na temática, é possível acessar o plano de governo. Óbvio que não se trata de uma leitura fácil, mas é extremamente necessária. Nós, mulheres, podemos liderar uma mudança na forma de votar no Brasil.
Lu Magalhães
Presidente da Primavera Editorial