Pisa: alunos de elite do Brasil leem pior que pobres de outros países
Esse é o título que foi extraído de uma reportagem publicada pela Folha de S.Paulo. Assinado por Thiago Amâncio e Ângela Pinho, o texto aborda os dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Antes de mais nada, vale ressaltar que o Pisa se trata de uma avaliação conduzida em 79 países e territórios com 600 mil estudantes de 15 anos.
A edição de 2018 – divulgada este ano, em dezembro – teve por foco a leitura, além da análise de performance em Ciências e Matemática.
Resultados do Pisa
Voltando aos resultados, na prática, os jovens brasileiros com perfil aquisitivo mais elevado têm capacidade de leitura pior do que o de estudantes em situação de vulnerabilidade social de outros países. Os brasileiros marcaram, em média, 415 pontos no ranking de leitura, o 42º lugar de um ranking com 77 posições.
No Brasil, quatro em cada 10 adolescentes não conseguem identificar a ideia central de um determinado texto; não estão aptos a ler gráficos, resolver problemas com números inteiros e entender experiências científicas simples.
A análise da pontuação dos mais ricos mostra que os 470 pontos colocam o país em uma situação inferior aos demais analisados, deixando o Brasil na 54ª posição do ranking. Para se ter ideia, a nota dos alunos de elite por aqui foi superada pelos mais pobres de 10 países e regiões: Beijing, Xangai, Macau, Estônia…
Hábitos de leitura: solução a longo prazo
No cerne dessas dificuldades, na minha opinião, o que fica evidente é que o jovem não tem mais o hábito de ler . Ao testar a capacidade de analisar, avaliar e checar a veracidade do que está escrito e identificar as fontes que o autor pretendeu expressar… temos uma verdadeira catástrofe!
Do total de brasileiros avaliados, 26,7% entendem o significado literal de frases ou textos curtos. Ainda pior: somente 10% dos jovens do MUNDO conseguem diferenciar fato de opinião, ao ler um texto; no Brasil, esse índice cai para 2% – nesse grupo, aliás, não há jovens de baixa renda.
Meninas: desempenho melhor
Em um recorte de gênero, as meninas tiveram um desempenho melhor: obtiveram 30 pontos a mais, o equivalente a quase um ano de estudos de diferença em relação aos meninos. No Brasil, elas tiraram 26 pontos a mais em leitura.
Diante dos resultados do Pisa, passou da hora de o Brasil iniciar um programa efetivo de leitura nas escolas. Um projeto que adote as melhores práticas no ensino de leitura aplicadas, com sucesso, em várias partes do mundo. O caso é grave e requer medidas extremas.
Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial