
A saúde mental deles e delas
Pesquisa conduzida pela On The Go Research Tech aponta que 72% dos homens consideram a sua saúde mental boa ou muito boa. Entre as mulheres, o índice é de 55%.
É sempre muito interessante notar as diferenças entre as percepções masculinas e femininas nas mesmas situações. Uma pesquisa recente – conduzida pela On The Go Research – mostra as visões de homens e mulheres quando o tema é saúde mental. Para 72% deles, a própria saúde mental é boa ou muito boa; para 55% delas essa afirmação é válida. Os entrevistados do grupo masculino declararam sentir menos cansaço, irritação e insegurança; as mulheres afirmam sofrer com ansiedade e depressão.
No comparativo entre casados e solteiros, 70% dos primeiros acreditam que estão com a saúde mental boa ou muito boa; entre os solteiros, esse índice é de 48%. O comparativo etário também traz diferentes percepções: 86% dos entrevistados com mais de 55 anos afirmam estar bem psicologicamente; 44% dos jovens de 18 a 24 anos têm essa mesma percepção.
O fato é que a saúde da mente, com a pandemia, passou a ter mais visibilidade e peso maior no cotidiano. Com ela no centro dos debates, é possível enxergar os enormes desafios para todos. A pesquisa mostra, inclusive, que não há diferença na percepção do impacto da Covid-19 entre as classes sociais, no quesito de impacto psicológico. Ou seja, entre alto poder aquisitivo e menor renda, todos sentiram notalvelmente uma piora de saúde mental, o que está diretamente atrelado a uma qualidade de vida.
As mulheres – um recorte que destaco por ser meu objeto de estudo – sofreram um impacto violento. A sobrecarga de trabalho, as preocupações com filhos e demais familiares, as poucas oportunidades profissionais, o machismo cotidiano em vários espaços sociais fazem com que elas vivenciem situações que comprometem a saúde da mente feminina. Claro que temos falado mais sobre o tema, mas é preciso agir. Na pesquisa, apesar de mais de a metade delas afirmar que a ida ao psicólogo é uma receita de melhor cuidado com a saúde mental, somente 20% delas fazem acompanhamento psicológico. Temos que falar sobre essa falta de suporte e o que facilita que criem raízes profundas.