A dança das mulheres na Finlândia
Em resposta às críticas direcionadas à líder finlandesa Sanna Marin, após a publicação de um vídeo no qual ela aparece dançando, muitas compatriotas publicaram imagens em festas e criaram uma hashtag em solidariedade.
Sanna Marin é jovem, bonita e primeira-ministra da Finlândia – condição que a torna alvo de conservadores. Recentemente, ela se tornou assunto mundial por conta de um vídeo no qual aparece cantando e dançando, ajoelhada no chão. Com os amigos, Sanna se divertia em uma festa privada. As críticas não tardaram e, a pedido de opositores, ela teve que se submeter a um teste toxicológico, sendo que afirma, categoricamente, que nunca fez uso de drogas. Aos 36 anos e por ser a primeira-ministra mais jovem do mundo, ela foi questionada não por decisões políticas, mas por dançar. Uma reedição da Idade Média!
O episódio fala muito dessa pauta de costumes que tem invadido o mundo e que direciona as mais severas críticas às mulheres. O componente sexista incutido nessas críticas é inegável! Mas, a intolerância e agressão contra uma mulher líder não passaram batido pelas compatriotas de Sanna. As mulheres da Finlândia postaram vídeos de festas, nas quais dançam livremente. Ao marcar a primeira-ministra nas postagens, construíram um movimento consistente e bem-humorado de apoio a ela. Mais do que mostrar solidariedade, essa articulação espontânea mostra que as mulheres não estão dispostas a aguentar esse tipo de comportamento machista dos políticos conservadores do país. Nada naquele vídeo deve envergonhar essa mulher talentosa e bem-preparada para o cargo!
Acho que vale dizer que a premier da Finlândia começou a trabalhar aos 15 anos. Custeou os seus estudos e ajudou a família nas despesas de casa; formada em Ciências Administrativas, foi vice-presidente do Partido Social-Democrata. E, aqui, pode estar um outro ponto para os preconceituosos: Sanna foi criada por um casal homoparental; após a separação dos pais, ainda criança, a mãe dela se casou com uma mulher.
Dessa história, na minha opinião, fica a clara noção de que temos muito a evoluir em vários países. E, o quanto a reação feminina em grupo é importante!
Emocionante ver a resposta das finlandesas ao episódio. Parabéns, mulheres!!!