A formação de pequenos leitores
Como mãe de duas meninas, o Dia das Crianças sempre está muito presente nas minhas memórias. Claro que todas as crianças sempre preferem brinquedos e eles fazem parte da jornada infantil. No entanto, ao longo da infância das minhas filhas, dei-me ao luxo de mostrar o potencial infinito de brincadeiras encontradas nos livros. De maneira muito lúdica, eles foram muito constantes em todas as comemorações; inclusive, como presentes de aniversário para os amigos e primos delas.
Como muitas mulheres brasileiras, sempre acreditei que o encantamento infantil pela leitura deve ser cultivado em um ambiente propício. A quarta edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil mostrou que, embora 30% da população do país nunca tenha comprado um livro e, entre os que leem, 59% são mulheres. E sabe quem mais inspira o hábito da leitura entre as crianças? As mães ou alguma figura feminina, ou seja, 45% dos leitores credita o hábito a elas.
Longe de brotar naturalmente, o ato de abrir um livro é um exercício de responsabilidade e criatividade, que deve ser liderado por pais, professores e familiares que fazem parte do cotidiano da criança. Amar os livros é parte de um fenômeno educativo e social. Inspirar para transformar. É dessa forma que os bons livros agem.
Hoje, longe da infância, minhas garotas trouxeram para a vida adulta o hábito de ler. Mariana, 34 anos, advogada, mora nos Estados Unidos e trabalha em uma fintech. Adora ler romance, comédia e obras sobre música. Gabriela, 30 anos, mora em São Paulo, é fisioterapeuta e, por sua vez, tornou-se leitora contumaz de romance e autobiografia. Ficou, também, o hábito de nos presentearmos com livros. Os livros que elas leem influenciam, também, os títulos que são lançados pela Primavera Editorial.
Quer um exemplo? Em um artigo anterior, contei como decidi lançar a obra Girling Up, de Mayim Bialik – PhD em Neurociência pela Universidade da Califórnia (UCLA) e atriz, interpreta a neurobióloga Amy, na série The Big Bang Theory. Atenta às referências e inspirações das minhas filhas – jovens mulheres incríveis – fui apresentada à Maylim por elas; atriz convertida à autora, ela que tem inspirado garotas de todo o mundo a serem o que quiserem. Mayim foi atriz-mirim, decidiu dar um tempo na carreira aos 18 anos e perseguir o sonho de ser neurocientista. Inspiração que está acessível em um livro incrível que mostra como se tornar uma mulher saudável, esperta e espetacular.
Voltando às crianças, um dos trunfos que lancei mão para incentivar a leitura das minhas filhas foi o cultivo da autonomia. Escolher o próprio título, sem juízo de valor dos pais, é essencial para fomentar o gosto pela leitura. Óbvio que, na escola, alguns títulos são obrigatórios, mas quando o livro é fruto do direito de escolha da criança…ele tem um outro sabor. E, se me permitem uma sugestão, aproveitem o Dia da Criança para formar um novo leitor. A família, o país e a criança agradecem!
Lu Magalhães
Presidente da Primavera Editorial