
Coronavírus: como lidar com o isolamento social e as incertezas
Em tempos de isolamento social, de confinamento, tenho observado – com grande preocupação – o quanto as pessoas estão lidando de forma desesperada e ansiosa com a situação. São muitos julgamentos sobre o tema nas redes sociais; as pessoas saem falando sem refletir, dando opiniões que muitas vezes geram confusões e dão margem a fake news.
É fato que a humanidade não está preparada para o futuro; que não costumamos planejar grandes iniciativas; e que somos mais adeptos do “deixe a vida me levar”. Também não cultivamos a autorreflexão e o autoconhecimento, infelizmente. Então, quando estamos diante de algo tão sério quando essa pandemia — que demanda isolamento social e dedicação ao tempo interior — … surtamos!
Como lidar com o isolamento social de forma positiva
A falta de bom senso e de calma têm nos roubado um tempo precioso para digerir as informações e processar com o real conhecimento. Ninguém engana o tempo. Não se negocia com ele. Esse é um dos aprendizados que temos que vivenciar. É chegado o momento de acalmar os ânimos. De cultivar o otimismo e a responsabilidade individual para juntos, como sociedade, sairmos desse momento tão crucial para a humanidade.
Sempre fui uma pessoa otimista e me recuso a ceder ao medo. Prefiro me concentrar no que tenho que fazer, como indivíduo, em prol do coletivo. O isolamento social, na minha opinião, requer uma nova rotina.
Em um artigo para a Folha de S.Paulo, o sociólogo Domenico De Masi afirma que a pandemia provocará uma revolução no modo de vida. O texto traz excelentes reflexões, mas destaco uma: “De repente, o descanso compulsório em casa nos obrigou de forma inédita ao isolamento total, a uma convivência forçada que para alguns parece agradável e tranquilizadora, mas que para outros é invasiva e até opressora. Os mais sortudos conseguem transformar o ócio depressivo em ócio criativo, conjugando a leitura, o estudo, o lúdico com a parcela de trabalho que é possível desempenhar em regime de smart working”.
Ele cita, ainda, a obra “A Peste”, de Alberto Camus: “estamos presos num limbo entre o pesar e a esperança, no qual temos que aprender que a peste pode vir e ir embora sem que o coração do homem seja modificado.” Espero, sinceramente, que os nossos corações possam ser modificados!
| Por Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial.