Por uma oposição propositiva
“Uma coisa que percebemos rápido, nesse emprego, é que a presidência e a vice-presidência são maiores do que nós. Uma transição pacífica é uma das marcas da nossa democracia. Ficamos tristes quando o nosso lado perde em uma eleição, mas, no dia seguinte, temos que lembrar que somos do mesmo time. Não somos Democratas ou Republicanos. Somos, primeiro, americanos. Nós queremos o que é melhor para o país: senso de unidade, sentimento de inclusão, respeito pelas instituições e pelo nosso modo de vida; respeito por uns aos outros. Estou ansioso para fazer tudo o que puder para o próximo presidente ter sucesso.”, Barack Obama.
No dia seguinte à vitória de Donald Trump, o então presidente Barack Obama fez um pronunciamento que, na minha opinião, diz muito sobre a essência da democracia. Um dos momentos mais emocionantes foi quando se dirigiu aos jovens. “Vocês podem estar desapontados com o resultado, mas quero que vocês saibam que é preciso ter coragem; não se transformem em cínicos. Saibam que podem fazer a diferença. Lutem pelo que acreditam. Nós sempre ziguezagueamos. E ok! É como a política funciona. Nós lutamos e as pessoas votam. Temos que acreditar nos cidadãos, porque essa boa fé é essencial para essa democracia vibrante.”
Ao final de um processo eleitoral conturbado, vivemos dias nos quais o gosto amargo permanece na boca. Os que votaram no candidato derrotado mostram, nas redes sociais, a tristeza, descrença e o medo do futuro. Por enquanto, reina essa desesperança e desalento. Entretanto, em um processo democrático, é importante sabermos respeitar a alternância; a soberania do voto da maioria. Concordando ou não, o momento deve ser de união e da construção de uma oposição propositiva. Na prática, a criação de uma frente para garantir que a Constituição e as liberdades individuais sejam respeitadas. Maior do que qualquer sentimento de frustração, deve ser a nossa capacidade de colaborar para que o país saia da crise inteiro.
Em especial, penso nas mulheres. O potencial feminino de proposição e execução é exponencial e inspirador. Somos 77 milhões de eleitoras e temos, diariamente, a oportunidade de escrever uma nova história para esse país. Devemos nos apoiar, formar coletivos, fiscalizar e propor novas soluções para velhos problemas. Muitas vezes, a democracia nos coloca em lugares pouco confortáveis ou de difícil compreensão. No entanto, não inventaram nenhum sistema melhor do que ela. Vamos fazer a nossa parte e defendê-la!
Lu Magalhães
Presidente da Primavera Editorial