Simone Veil sobrevive
No final de junho deste ano, Simone Veil, um marco na luta pela emancipação feminina, faleceu, aos 89 anos.
Simone não se resume apenas à luta pelos direitos das mulheres. Sua história de vida é marcada por uma palavra: sobrevivência. Quando tinha 16 anos foi levada, pela Gestapo, para Auschwitz. Era a prisioneira número 78651. Separada do pai e do irmão – estes foram para Lituânia –, viu-se obrigada a trabalhar dia e noite, arduamente. Tinha uma proteção: um guarda de Auschwitz que a considerava bonita o suficiente para não ter de morrer no campo de concentração. Se fosse fora dos padrões de beleza da época, o falecimento de Simone poderia ter sido adiantado.
As experiências com a guerra serviram, no entanto, para tornar Simone uma defensora da Europa. Foi nomeada ministra da saúde em 1974, encabeçando um projeto para despenalização do aborto, que foi aprovado em 1975 e conhecido, posteriormente, como “Lei Veil”. Nessa ocasião, Simone falou a famosa frase: “Não podemos continuar a fechar os olhos”. Foi a primeira mulher eleita presidente do Parlamento Europeu, em 1979. Com uma sólida oposição, Simone defendeu os direitos das mulheres.
Simone sobreviveu ao holocausto. Simone sobreviveu à dificuldade de ser mulher em um cenário político inóspito. Simone sobreviveu e sobrevive no imaginário das lutas diárias que as mulheres enfrentam!
[blockquote text=”“Continuo a acreditar que vale sempre a pena batermo-nos por qualquer coisa. Digam o que disserem, a humanidade está hoje mais suportável do que no passado
– Simone Veil”.” text_color=”” width=”” line_height=”undefined” background_color=”” border_color=”” show_quote_icon=”yes” quote_icon_color=”#f58293″]