Sônia Bridi e a força feminina
“Você carregou Deus nos braços.”, disse Padre Júlio Lancellotti à jornalista Sônia Bridi, no programa Alma de Cozinheira, exibido pela GNT.
Apresentado por Paola Carosella, o episódio debateu como amar o tirano; como perdoar um inimigo. Sônia lembrou das dificuldades que teve ao chegar até a reserva indígena e encontrar comunidades ilhadas pelo avanço do garimpo ilegal na Amazônia; famílias vítimas de desnutrição, malária, pneumonia e contaminação por mercúrio. Na reportagem conduzida em parceria com o cinegrafista Paulo Zero, uma imagem dela carregando uma criança yanomami nos braços se tornou símbolo de uma tragédia nacional indesculpável.
Ao explicar a cena, ela conta: “Foi me dando uma dor no coração de pensar que a gente permitiu que isso acontecesse no nosso tempo, no nosso país, debaixo da nossa guarda, porque todos nós, brasileiros, somos responsáveis pelo que está acontecendo. A gente tem é que agora juntar os pedaços e correr atrás de resolver essa situação e salvar os que estão ainda lá.”
Ao assistir ao programa, fiquei imensamente impactada pela força dessa mulher.
Ela é uma voz feminina potente que nos lembra da nossa corresponsabilidade com o que acontece no país. Sônia Bridi é uma profissional que pela força no próprio ofício nos leva a enxergar realidades sociais duras e difíceis, mas que precisam ser enfrentadas por nós, como sociedade.
Temos que refazer esse tecido social.