Uma escola que ensina a arranjar marido e uma reflexão sobre empoderamento
Apenas sete passos separam qualquer mulher de arranjar um marido e uma vida de luxo. Você não leu errado! Essa frase está no site da Escola da Elite, que mantém um curso online para garotas que cansaram de sair com caras normais e estão em busca de ricos; um curso para dominar a arte da ascensão social.
Entre as disciplinas da escola, aulas de etiqueta, linguagem corporal, técnicas de conversação, dress code e networking.
Sobre a escola que ensina a arranjar marido
A escola é um negócio criado pela norte-americana Jennifer Lobo, filha de brasileiros e autora do livro Como conquistar um homem rico. A empreendedora possui, ainda, a plataforma de relacionamentos Meu Patrocínio, voltada a sugar daddy e mommy, modalidade em que uma pessoa com alto poder aquisitivo banca as contas de quem não quer se preocupar com o vil metal (sugar baby).
Esse site tem 1 milhão de cadastrados, sendo 14 mil mulheres inscritas que bancam jovens rapazes. Ao contrário dos daddies, as mommies são tímidas e não gostam de expor a opção de relacionamento pouco convencional.
Voltando à escola para arranjar marido, ela nasceu a partir do site e para atender à demanda de caçadoras de marido de Nova York. Custa cerca de R$ 500 reais para cursar os sete módulos, com duas horas de duração cada.
“Feminismo é poder escolher a vida que se quer e ter a oportunidade de fazer isso sem ser julgada”, afirma Jennifer à repórter Fernanda Reis, em matéria publicada pela Folha de S.Paulo.
Vou fazer uma pausa para você assimilar a leitura do artigo acima.
E uma reflexão sobre empoderamento
Veja se faz sentido… grande parte de nós acha um absurdo um curso para fisgar marido rico, mas vê o fato de a plataforma ter mulheres maduras e com alto poder aquisitivo, buscando belos e jovens rapazes para bancar como sinal de empoderamento feminino. Correto?!
Em outras palavras: as jovens mulheres que querem arranjar maridos ricos, sendo sustentadas por homens ricos são um completo absurdo; as mulheres maduras e ricas sustentando jovens garotos são sinais inequívocos de igualdade de gênero? Somos rápidos em formular opinião sobre a vida alheia, né?!
Somos tão rápidos e naturais que estamos o tempo todo julgando comportamentos com base em reportórios que são pouco coerentes. Mas, calma. É humano!
E, ainda mais humano é ter curiosidade sobre formas de viver diferentes das nossas. Mas, entre um julgamento e outro deve haver espaço – na minha opinião – para ouvir o outro lado.
O respeito, a tolerância, a inclusão e uma série de comportamentos que tornam a vida em sociedade uma rica experiência passa, necessariamente, por essa escuta ativa e com disponibilidade para entender e aceitar jeitos de viver e pensar diferentes dos nossos. O que eu “acho” é menos importante do que como eu “ajo” perante o diferente. Defender causas confortáveis e politicamente corretas nos leva a um ambiente social seguro, mas defender o pouco convencional e, até mesmo, conservador…é um baita desafio. Não acha?!
Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial.