DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO – Quando passar fome se transforma em doença
* Ana Paula Gonzaga e Cybelle Weinberg
Às vésperas do Dia Mundial da Alimentação, uma questão contraditória nos impele a uma importante reflexão. Se por um lado a fome castiga mais de 30 milhões de brasileiros que padecem pela má distribuição de renda no país, temos uma outra parcela – significativamente menor, mas não menos importante –, sofrendo por transtornos também relacionados à alimentação. Para se ter uma noção básica da gravidade do problema, cerca de 1% da população do Brasil e aproximadamente 4% dos jovens com idade entre 12 anos a 20 anos sofrem de algum tipo de transtorno alimentar; porcentagens que equivalem a algo em torno de 1.800.000 pessoas, das quais 1.200.000 são adolescentes. Os quadros típicos desses transtornos são a anorexia nervosa – recusa em manter o peso mínimo para a idade; medo intenso de ganhar peso; distorção da imagem corporal; e amenorreia nas meninas – e a bulimia nervosa, caracterizada pelo ímpeto de comer compulsivamente em um curto espaço de tempo, acompanhado por um sentimento de perda de controle e comportamentos compensatórios de purgação.