Escritor Gilberto Abrão conduz pesquisa sobre a imigração árabe em Maceió
✎ Autor de “Mohamed, o latoeiro”, livro lançado pela Primavera Editorial, Gilberto Abrão visitará Maceió para uma curta temporada que combina a pesquisa sobre a imigração árabe em Alagoas e descanso. Em seu primeiro livro “Mohamed, o latoeiro”, o autor compôs um retrato emocionante da imigração árabe no Brasil – as marcas na cultura brasileira, os amores e dilemas de imigrantes que enriqueceram a cultura do país, acrescentando “condimentos” ao caldeirão ético nacional. Em Maceió, o escritor pretende visitar a Fundação Museu Pierre Chalita.
✎ Gilberto Abrão estará em Maceió de 26 de fevereiro a 4 de março.
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No romance Mohamed, o latoeiro – lançado pela Primavera Editorial –, Gilberto Abrão construiu um retrato emocionante da imigração árabe no Brasil: as marcas na cultura brasileira, os amores e dilemas de imigrantes árabes que enriqueceram a cultura do país, acrescentando “condimentos” no caldeirão ético nacional. Pesquisador contumaz, o escritor visitará Maceió de 26 de fevereiro a 4 de março para uma curta temporada que combina estudo e descanso. No roteiro, Abrão incluiu a pesquisa sobre a imigração árabe em Alagoas e visitará a Fundação Museu Pierre Chalita, em Maceió.
“Mohamed, o latoeiro” marcou a estreia do escritor Gilberto Abrão, que aos 10 anos foi enviado ao Líbano pelos pais para estudar o idioma árabe e aprender mais sobre a cultura e a religião muçulmana. Educado em dois mundos distintos, o árabe e o brasileiro, o escritor usou sua história de vida para transpor para o papel a trajetória de Mohamed, um jovem imigrante sírio que chega ao Brasil no início do século passado. Por meio da trajetória de Mohamed, Gilberto Abrão mostra com maestria que os pontos decisivos da existência humana não decorrem dos fatos, sim de revisões que usamos para falar da própria vida.
O autor
Gilberto Abrão (nascido em Curitiba, em 1943) fez o caminho inverso ao do protagonista, indo do Brasil ao Líbano. Educado em um bairro simples de Curitiba, habitado por imigrantes poloneses, ucranianos, italianos, alemães e alguns sírio-libaneses, aos 10 anos Gilberto Abrão foi enviado pelo pai ao Líbano com a missão de aprender o idioma árabe, a cultura e a religião muçulmana. “Voltei aos 14 anos, fui estudar à noite e trabalhar durante o dia. O colégio não tinha boa fama, pois aceitava alunos já crescidos, rejeitados ou expulsos de outras escolas. No entanto, o prédio anexo à escola abrigava a Faculdade de Direito de Curitiba, onde acompanhei brilhantes conferências de renomados intelectuais e polítcos, de diferentes vertentes e posições partidárias, das décadas de 1950 e 1960”, detalha o autor. “Rato de biblioteca”, Abrão leu os grandes clássicos da literatura nacional e mundial – de Machado de Assis a Franz Kafka – além velhos jornais de Angola e Moçambique.
Em 1962, o autor se alistou como voluntário das Forças de Emergência das Nações Unidas para guarnecer as fileiras de soldados que atuavam na fronteira entre o Egito e Israel. Por ser fluente em árabe e inglês permaneceu por 14 meses na Faixa de Gaza. Apaixonado por uma gaúcha, retornou a Cutiriba em janeiro de 1965 para lecionar inglês em uma grande escola de idiomas. No ano seguinte, após obter o licenciamento para abrir uma franquia dessa escola de inglês, migrou para a cidade de Novo Hamburgo (RS). No início da década de 1970 iniciou o “namoro” com a literatura ao colaborar com o jornal Zero Hora, no qual publicava crônicas e contos na coluna Sol e Chuva. “Até me aventurei a tecer comentários políticos e tive a honra de ser censurado pela direção do jornal, que nessas ocasiões colocava anúncios em substituição à coluna”, conta.
Amigos – entre eles a professora Juracy Saraiva, mestre e doutora em literatura – desde 1983 insistem para que Gilberto Abrão escreva um livro. Dividido entre “ganhar dinheiro ou fazer literatura”, sempre escolheu a primeira opção. “Por conta de uma cirurgia no joelho, que me obrigou a ficar 40 dias em casa, decidi aceitar a sugestão da minha esposa e iniciar um livro. Comprei um notebook e comecei a escrever Mohamed, o latoeiro”, afirma, acrescentando que ainda continua dando as aulas de inglês. Mais informações no blog de Gilberto Abrão: www.olatoeiro.wordpress.com