Minha primeira vez em Frankfurt
*por Lindsay Gois
Em outubro de 2013, pela primeira vez, eu estive visitando a maior feira de livros do mundo! Havia em mim grande expectativa e grande responsabilidade. Responsabilidade de representar a Primavera Editorial, que, apesar de já ter enviado anteriormente representantes para ver as novidades da feira e negociar direitos autorais, pela primeira vez estava expondo na feira de livros considerada a mais importante do planeta e num ano em que o Brasil foi o país homenageado. Mas será que a expectativa correspondeu à realidade? É o que conto para vocês a seguir.
Na feira de Frankfurt, pude ver como se portam editoras do mundo todo, tanto na negociação quanto na exposição de seus produtos. Quanto aos livros, pude conhecer o modus operandi e o estilo de inúmeras casas editoriais, e obter inúmeras referências (mundiais!) de capas de livros, produção gráfica, papel, brindes para nossos clientes etc.
Também pude frequentar algumas palestras que versavam acerca dos mais diversos temas. Além disso, conheci um pouco mais sobre a história do livro num pequeno espaço que montaram na feira, no qual se demonstrava como funcionava a prensa de Gutenberg. E por falar em Gutenberg, aproveitei um dia a mais em Frankfurt, peguei o trem e rapidamente cheguei na cidadezinha de Mainz, onde fica o Museu Gutenberg, no qual aprofundei um pouco mais meus conhecimentos sobre história da imprensa, a qual é inerente à história do livro.
Mas essa experiência proporcionou em mim algo que mudou definitivamente meu modo de olhar o mundo dos livros. A presidente da Primavera Editorial, Lourdes Magalhães, já havia me sinalizado de que a feira de Frankfurt era, sobretudo, um evento de negócios. E, hoje, eu concordo com ela. As melhores experiências que tive lá se referem a isso. Inúmeras parcerias são fechadas ou ao menos conversas que iniciam parcerias ocorrem durante a feira. Meses antes, me preparei para a feira e agendei alguns horários com agentes literários. Nesses encontros, a Primavera Editorial, bem como o nosso portfólio de livros, foi apresentada a esses agentes; e, em contrapartida, os agentes apresentaram inúmeros títulos, de editoras de vários cantos do mundo.
Esse ambiente mudou meu ponto de vista em relação ao livro, que antes era mais do ponto de vista do texto, do editor, do produtor editorial; e que agora está complementado com o ponto de vista de negócios, fundamental para beneficiar quem e o que mais importa nisso tudo: o leitor e a melhoria da cultura no Brasil.
Sem dúvida a feira de Frankfurt mudou substancialmente (e, na minha opinião, para melhor!) meu modo de enxergar o mercado editorial. Ampliou meus horizontes em relação ao livro, à carreira, à vida.
* Lindsay Gois é editora assistente na Primavera Editorial.
Formada em Letras – Português e Linguística pela USP, atualmente
cursa Especialização em Revisão de Textos pela PUC.