Retrospectiva do feminismo nos últimos anos
Da internet às salas de aula, às baias de trabalho, às mesas de bar, o feminismo toma cada vez mais espaço em pauta. Se de 2014 a 2015 o numero de buscas por “feminismo” no Google aumentou em 86,7%, nos dois anos seguintes esse numero cresceu, ainda mais, cumulativos 200%, se tornando inclusive a palavra do ano em 2017, de acordo com o dicionário estadunidense Merriam-Webster, que divulga o termo mais buscado em sua plataforma online.
Os direitos das mulheres nunca foram tão relevantes, para tanta gente. A mobilização de Hollywood com o movimento #MeToo trouxe à tona os temas delicados do assédio, da violência doméstica e da desigualdade salarial. Nos últimos 2 anos, o feminismo esteve presente em muitos filmes, músicas, séries de tv e na cultura pop em geral. No Brasil, a hashtag #MeuPrimeiroAssédio movimentou debates nas redes sociais e nos âmbitos acadêmicos, além de incentivar denúncias em todo o país.
Passou a ser mais do que comum ouvir sobre o tal do ‘empoderamento’, que nada mais é do que uma série de atitudes que levam à valorização do ‘ser mulher’. O empoderamento não acontece do dia pra noite, é construído dentro da própria mulher quando toma o poder sobre si. É uma consequência e anda de mãos dadas com o feminismo, mas são coisas diferentes. O emponderamento é cotidiano, acontece quando aceitamos nosso corpo; quando nos achamos lindas sem nos compararmos a padrões; quando nos sentimos plenas, suficientes… A mulher alimenta seu próprio emponderamento trabalhando sua autoconfiança, sua força e ambição para seguir seus sonhos.
A evolução do feminismo em nossas vidas também nos apresentou a termos mais elegantes, mas não menos poderosos, como a ‘sororidade’. Cumplicidade, empatia e o apoio mútuo. A sororidade veio batizar a união de mulheres que passaram a compartilhar suas experiências e reconhecer seus lugares de fala na sociedade, veio falar sobre a ideia de jogarmos todas do mesmo lado, no nosso time, sobre não soltarmos uma a mão da outra.
Em 2018, o feminismo segue presente em todos os meios que habitamos, mais forte que nunca, nos dedos, falas e mentes de todos, em gênero amplo. Em pauta, para garantir que as mulheres tenham seus direitos respeitados; para que haja tolerância zero contra qualquer tipo de assédio ou violência; para que tenhamos nosso espaço de fala. Em tantos anos de movimento, tanto já foi conquistado que seguimos ainda mais firmes e esperançosas o ainda longo caminho a trilhar. E, de mãos dadas, nunca fomos tão fortes.
Anna Naylor
cinéfila e fundadora do TudoTerror