Trágico e Cômico atraiu os opostos
* por Diogo Salles
Os opostos se atraem, diz o velho clichê. Geralmente a frase é usada para descrever amores improváveis entre pessoas que em nada se parecem. Poderia também ser usada no futebol, num encontro amistoso entre torcedores de times rivais. Ou até na política. Quem nunca viu aquela aliança “pragmática” entre partidos de direita e esquerda?
Fiz esse preâmbulo todo para contar que, entre resenhas e comentários sobre o meu livro Trágico e Cômico: os protestos em charges, aconteceu o encontro das águas. De um lado, saiu um texto publicado no site da revista Carta Capital. Mais à esquerda, a publicação apoiou abertamente a reeleição de Dilma em 2014, mas soube reconhecer que as críticas que fiz no livro eram justas e bem colocadas.
E do outro lado, lá no outro hemisfério, o livro fez uma conexão em Manhattan e chegou às mãos de Lucas Mendes. Com visões opostas à da Carta Capital, pró-mercado e com uma postura crítica aos governos petistas, o Manhattan Connection também se entusiasmou com Trágico e Cômico, destacando seu senso de humor.
Receber respostas positivas vindas de veículos tão díspares, embora pareça contraditório, foi uma grande vitória pessoal, pois mostrou que o objetivo do livro foi alcançado: fazer uma crítica realmente independente, acima de qualquer polarização ou indignação seletiva, e sem fazer qualquer concessão a interesses partidários ou ideológicos.
Claro que isso não garante ao livro imunidade a críticas negativas. Apenas mostrou que ele tem consistência.
Se você já leu Trágico e Cômico, provavelmente já formou sua opinião ― e duvido muito que tenha concordado com tudo. Agora, se você ainda não leu, me diga sinceramente se essa “atração dos opostos” não despertou sua curiosidade para a leitura… 🙂