Será que estamos mais solidários? Uma reflexão sobre pandemia e solidariedade
Pensando em qual pode ser o legado da pandemia, acredito que a solidariedade poderia estar entre os inúmeros aprendizados… Será que dá para relacionar pandemia e solidariedade?
A nossa mudança de rotina, em alguma instância, nos trouxe mais tempo para consumir informações de todas as partes do mundo e, sobretudo, do nosso país. E, essa necessidade de compreender uma situação tão singular nos manteve alertas para essas notícias, nas quais a dor do outro foi compartilhada de forma extrema.
Tudo isso mexeu com nossas emoções e empatia.
Foi o que apontou um estudo da Studio Ideias e Pepita com 1.234 pessoas: a pandemia tornou as pessoas mais solidárias: 49% dos entrevistados afirmaram que o isolamento social ampliou a percepção de responsabilidade com o outro; 46% se sentem mais conscientes; e 42% mais solidárias.
Mesmo sem a pesquisa, já era nítido o impacto do coronavírus na disposição do brasileiro em doar alimentos, produtos de higiene pessoal, medicamentos e muitos outros itens. Você também percebeu isso?
Pandemia e solidariedade: a empatia pela dor do outro
De acordo com a professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), em entrevista para a Veja Saúde, a principal motivação das iniciativas solidárias está relacionada ao reconhecimento da dor do outro. Isso porque os humanos são seres coletivos que se identificam com a condição do outro perante crises agudas que ameaçam a existência da espécie.
Mas, em um cenário pós-pandemia, qual será o legado dessa solidariedade? Como manter o brasileiro conectado com essa grande articulação de apoio às pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica, por exemplo?
Para mim, é necessário enxergar sempre o que podemos tirar de bom de qualquer situação. E meu desejo é de que, quando tudo isso passar, a humanidade veja surgir uma nova forma de solidariedade – a permanente!
Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial