Mulheres inspiradoras: as heroínas sem estátuas
Jerônima Mesquita, uma enfermeira brasileira que liderou o movimento feminista no país e criou o Conselho Nacional das Mulheres, nasceu em 30 de abril de 1880, em Leopoldina, Minas Gerais. Essa aristocrata, uma dessas mulheres inspiradoras – era neta do Barão de Mesquita – ao lado de Bertha Lutz, e destacou-se na luta pelo sufrágio feminino no Brasil, sendo responsável direta pela negociação com os setores do governo de Getúlio Vargas.
Fundou, em 1918, a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher; em 1922, liderou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Jerônima foi uma mulher que respondeu à altura os desafios do seu tempo. Mas, você, já tinha ouvido falar dessa brasileira notável? Acredito que poucas de nós tiveram acesso à história dela e de tantas outras mulheres inspiradoras que transformaram a luta pelos direitos da mulher.
Quem são essas mulheres inspiradoras?
Dandara, líder do Quilombo dos Palmares ao lado de Zumbi; Maria Quitéria de Jesus, primeira mulher nas Forças Armadas nacionais que lutou pela independência do país; Chiquinha Gonzaga, musicista, a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil; Nísia Floresta, a primeira mulher a publicar um livro em terras verde-e-amarela.
São tantas mulheres incríveis que têm, em comum, o traço do esquecimento.
Mulheres inspiradoras: iniciativas para conhecer
Diante dessa constatação, aproveito esse espaço para destacar iniciativas como o museu virtual Heroínas sem Estátuas – Conhecimento a partir das Mulheres, projeto que nasceu no Centro de Ensino Médio, em São Sebastião. Inspiradas pela professora de Língua Portuguesa Maria Pilar Tobar, as alunas construíram um espaço virtual para resgatar histórias de mulheres inspiradoras que sofreram um processo de “apagamento histórico”; elas, embora notáveis, não têm estátuas em praças públicas como muitos homens.
Uma outra iniciativa é o Projeto Celina, uma plataforma lançada pelo O Globo. O nome é uma homenagem à professora Celina Guimarães Viana, outra pioneira do voto feminino no Brasil. No espaço virtual, são debatidos, em profundidade, temas ligados a questões de gênero e diversidade.
Além delas, a plataforma online Open Box da Ciência – que destaca o trabalho de 250 pesquisadoras consideradas protagonistas em suas áreas – também é muito interessante. A produção de conteúdo qualificado e a leitura é essencial para vencermos a invisibilidade. Boas leituras!
| Por Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial