Ensaio fotográfico: depoimento da Lívia
“Há cerca de um mês participei de uma seleção realizada pela Primavera Editorial e ganhei um ensaio fotográfico. Ele foi feito para promover a diversidade do corpo feminino, para mostrar a beleza da mulher que habita dentro de nós, que podemos ser felizes como somos, no hoje e no agora, sem seguir a ditadura da magreza porque cada qual tem seu jeito de ser feliz, de se realizar, de se sentir bonita(o).
Iniciativas como esta são louváveis atualmente, onde o universo feminino é repleto de preconceitos velados e cobranças que privam muitas mulheres de serem felizes. Em um mundo que prioriza o exibicionismo e o supérfluo, a mídia, as redes sociais e a publicidade invadem nossas casas e nossas mentes com uma imagem padrão de mulher, um idealismo inexistente, utópico e incoerente, de uma mulher magra, loira, alta, absurdamente feliz e fútil, muito fútil. Sim, de preferência não muito inteligente, afinal isto “assustaria muitos homens” conforme eu mesma já li pela internet. Esta imagem pitoresca está ligada à figura de uma mulher feliz, de sucesso, desejada pelos homens, sem problemas nem preocupações.
Mas essa mulher perfeita não existe! Mulheres reais têm problemas, preocupações da vida adulta, responsabilidades da vida profissional, doméstica e familiar; mulheres reais têm celulites, estrias, gostam de comer carboidratos, aquela macarronada aos domingos – assim como os homens. Mulheres reais engravidam, sofrem com o pós parto e com o estresse do mundo moderno.
Neste contexto, temos que ser altruístas. Temos uma vida só para viver, um templo chamado corpo e uma morada chamada mente, para amar, respeitar e cuidar. Exercícios físicos regulares e uma alimentação equilibrada são importantes para a manutenção da saúde, mas não com cobranças doentias e metas inalcançáveis! O combo comida + exercício gera prazer, então aproveito a vida buscando o equilíbrio deste combo e sem culpa! O julgamento alheio sobre o meu corpo não é mais importante do que eu me sentir bem comigo mesma. Sou franca com minhas limitações, com minhas fraquezas. Valorizo meus pontos fortes, luto por um mundo de menos julgamentos, mais empatia, tolerância e amor. Vamos nos amar de verdade!”