A empatia da leitura
– O que sentem autora e leitores em sintonia –
Por Sayonara Salvioli
Geralmente, o leitor sente o que o autor sentiu ao escrever. Verdade praticamente invariável essa. É a chamada empatia literária. E Perfumes de Paris foi um banho de emoção desde a primeira página, a primeira oração, o primeiro pensamento traduzido em caracteres! Tudo começou com aquele fim de outono/início de inverno na Paris dos anos 1890… E eu sentia o mesmo frio que Charlotte, sinestesicamente, a cada linha que escrevia! Tal como a protagonista, “debaixo de seu sobretudo – quase oito centímetros de espessura de um casaco de vison”… Sim, ali eu (também) tinha a cidade na pele e a história na alma!
Pois bem, imagine você que agora, para minha alegria, estou recebendo depoimentos entusiasmados – e cheios de empatia – de muitos e muitos leitores, os quais me dizem, de variadas formas: “Nossa, senti um frio tremendo no Prólogo”, “Quase congelei junto com Charlotte”, “Ah, aquela chuva e aquele sol cinzento me arrepiaram também”, “Eu estava lá com Charlotte naqueles dias escuros e curtos”, “Nunca senti tanto frio. Pensei até que estivesse mesmo no inverno de Paris”!
E assim se dá o processo, lauda a lauda, linha a linha, de interatividade com o leitor. Sim, porque ler é nada mais que isso: viajar pelo universo fascinante ao qual o texto nos transporta! E isso é caminhar, “flanar” com a autoria, na proposta de acompanhar a pessoa por trás do teclado que fez um caminho geográfico e espiritual enquanto registrava emoções.
Hoje estou tendo estes adoráveis retornos… E tudo teve início, relembremos, naquela cena da protagonista sentindo frio debaixo do ar úmido e cinzento, da chuva fria, do casaco de pele, do inverno atroz chegando, penetrando os poros e a alma! Assim é que você e eu podemos passear e dividir o clima, juntos, na mesma medida de Charlotte, que caminha comigo e com você, com quem quer que receba o livro e se envolva nesse clima… Vamos?
O ato de passear pela França é francamente possível. E isso não é evasão da autoria… Mesmo para o público que não é o aficionado por romances de época, as declarações são de que a obra facilmente conduz o leitor até Paris, com leveza, fluência e sensação de realidade. E é isto o que eu chamo de empatia literária. Para isto escrevo!
No final das contas, queridos leitores, é esta interação nada mais nada menos que o poderoso teletransporte da leitura!
Com a palavra, leitores e blogueiros:
“Neste romance ambientado no final do século XIX, temos como cenário a luxuosa Paris e todos os encantos e tradições da belle époque. A autora não economizou nos detalhes ao descrever a cidade-luz, e isso me proporcionou uma viagem belíssima sem nem mesmo sair do lugar.” (Dai Quinelato – Blog Virando a Página)
“Seja por conta da Belle Époque ou de lugares já conhecidos de nome, há sensações inebriantes nesse cenário – quase que inexplicáveis”. (Fê Prates – Blog Segredos em Livros)
“É digno de ser aplaudido de pé, pois eu adorei a forma com que ele foi escrito, em forma de diário, que de certa forma se tornou uma leitura de romance contemporâneo, mesmo sendo clássico; por isso, gostei demais! Leiam e se encantem…” (Daniel Moraes – Blog Irmãos Livreiros).
“Um romance com uma carga alta de sensibilidade, que inebria o leitor desde a primeira página. Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista da protagonista Charlotte, que descreve tudo ao seu redor de forma calorosa e quase palpável. A escrita da autora é detalhista a ponto de transportar o leitor para dentro da trama, colocando-o diante de um belíssimo cenário. Li em uma sentada só, e estou ansiosa para ler os próximos livros.” (Gabi Corrêa – Blog Clã dos Livros).