As mulheres também podem: cai proibição da prática de skeleton por mulheres
Em tempos de pandemia, confesso que o número de horas que tenho dedicado à leitura sobre o tema é imenso. E, diante dessa constatação, resolvi dedicar algum tempo para ler notícias mais neutras; para ampliar horizontes e ter momentos de descanso frente à preocupação que nos assola. Em um desses momentos, uma matéria publicada pelo The New York Times despertou a minha curiosidade. It’s Among the World’s Hardest Sled Runs. Why Weren’t women allowed to use it? aborda a história de uma proibição que durou décadas: as mulheres eram impedidas de praticar uma corrida no gelo, disputada em uma espécie de trenó, encaixado em uma calha de gelo.
O skeleton manteve as mulheres impedidas de competir, alegando que a posição poderia causar câncer de mama. Nos bastidores, corre uma piada: a proibição veio após a esposa de um dos sócios do seleto clube de competidores ter um desempenho mais veloz do que o marido.
Cresta Run: as mulheres também podem
A Cresta Run, uma pista de 1,2 quilômetros instalada em St. Moritz, na Suíça, passou a ter competidoras, em caráter experimental, em 2018. Em 2020, a liberação será permanente até porque não há desculpas para manter uma mulher fora da pista de gelo que foi construída em 1885 para entreter turistas britânicos que passavam férias no inverno suíço. Hoje, temos mulheres a uma velocidade de 130 quilômetros por hora, disputando o skeleton.
Por que a notícia me chamou tanto a atenção? Ora, porque é difícil conceber que em pleno século XXI tenhamos espaços que vetam a presença feminina em qualquer tipo de atividade. Claro que o mundo é vasto e repleto de culturas diversas, mas é tão chocante banir mulheres porque são mulheres. O combate a uma postura misógina é uma tarefa de todos nós e as pequenas vitórias devem, também, ser comemorados por todos. Afinal, as mulheres também podem!
| Por Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial