Cultivar o hábito de ler: mundo VULCA e as leituras infantis
O mês de abril traz datas significativas para os amantes da leitura e de quem já sabe que o hábito de ler é um dos mais importantes de cultivar: temos o Dia Internacional do Livro Infantil, o Dia Nacional do Livro Infantil – comemorado no Dia de Monteiro Lobato, em alusão ao aniversário desse escritor –; Dia Mundial do Livro; e do Direito do Autor.
Óbvio que são efemérides com o objetivo de trazer visibilidade para o mercado editorial, e para fomentar o hábito de ler; mas acredito que vão além desses objetivos. São momentos para uma reflexão sobre o papel das obras na vida cotidiana e na formação do ser humano.
O hábito de ler e a formação do pensamento crítico
Sempre acreditei que o livro forma pessoas com pensamento crítico; gente que consegue questionar com embasamento teórico e conhecimento construído a partir da vivência inspirada em leituras consistentes. Quando pensamos em crianças, esse poder do livro é ainda mais relevante.
Sou mãe de duas meninas e sempre privilegiei um ambiente doméstico com livros. Ou seja, a leitura sempre teve um papel importante na nossa casa e o hábito de ler foi ensinado desde cedo.
Hoje, estamos diante de um contexto educacional de profunda instabilidade, no qual o papel da escola tem sido questionado por pais e estudantes. No mundo VULCA – acrônimo que descreve quatro características contemporâneas como Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade – não sabemos quais são as competências que serão relevantes para o cidadão do século XXI.
No mercado de trabalho, por exemplo, muitas das profissões deixarão de existir e tantas outras serão criadas. Pois, nesse contexto, acredito que o livro permanece como uma constante de qualidade no preparo do cidadão.
O futuro da leitura
Qualquer que seja o futuro, o hábito de ler sempre será um aliado, pois o livro tem um impacto significativo no capital humano. E, trago aqui, um outro conceito: o lifelong learning, que fala sobre o estudo contínuo. Ou seja, no futuro, os nossos filhos jamais poderão parar de aprender.
Não existirá mais uma educação adquirida em um período da vida e que será usada por toda a jornada. A aprendizagem será uma constante ao longo da vida; será contínua, voluntária e automotivada. Ou seja, algo que os bons livros podem trazer, tranquilamente.
Portanto, recomendo que comemore essas datas no mês de abril, presenteando os mais queridos – em especial, as crianças – com livros. Para ensinar desde cedo o hábito de ler e de nunca parar de aprender. Que tal?
| Por Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial