Mulheres no Vaticano: Papa nomeia primeira mulher a um alto posto
Francesca Di Giovanni é a primeira mulher a ser nomeada para ocupar um alto posto na Secretariado de Estado do Vaticano. O Papa Francisco a indicou advogada italiana de 66 anos para um órgão dominado por homens – e que é o centro diplomático e administrativo do país.
O papa criou um cargo para Francesca, que será subsecretária; na prática, o posto é equivalente ao de vice-ministro, cuja atribuição será cuidar das relações multilaterais no secretariado, que dialoga com 180 países. É bem interessante saber que ela é especialista em migração, refugiados, direto internacional humanitário, status da mulher, prioridade intelectual e turismo.
Em entrevista para a o jornal L’Osservatore Romano, Francesca comentou: “o santo padre tomou uma decisão inovadora, certamente, que representa um sinal de atenção para com as mulheres”.
Mulheres no Vaticano: exemplo para uma sociedade mais igualitária
E o que representa essa nomeação no epicentro do catolicismo? Acho que vale rememorar que, ano passado, Dom Erwin Kräutler, bispo emérito do Xingu, afirmou que a contribuição das mulheres foi o ponto alto do Sínodo para a Amazônia – um encontro de bispos da Igreja Católica, que reuniu religiosos do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela e Suriname. O evento marcou o início de um processo, dentro da igreja, no qual a voz feminina foi ouvida desde as reuniões preparatórias.
Na minha visão, o Papa Francisco tem posto em prática – mesmo que timidamente – a proposta de tornar a Igreja Católica mais inclusiva. Desde que assumiu em 2013, papa Francisco tem tentado ampliar a participação de mulheres no Vaticano. Ao mesmo tempo, debate sobre ordenação de religiosas não avançou no Sínodo. (leia aqui)
Essa é uma boa notícia não apenas para que professam a religião, mas para todos aqueles que defendem uma sociedade mais igualitária. Mas, ainda são poucos passos em direção de uma maior inclusão feminina. Aguardamos mais e mais nomeações!
Lu Magalhães, presidente da Primavera Editorial